Mais um acampáki passou, o meu terceiro acampáki passou.
Os
sentimentos e emoções que me ocupam antes e depois de cada acampáki
são, ao mesmo tempo, iguais e diferentes todos os anos. Antes do
acampaki começar, o sentimento de dúvida pois não sei como será, se vou
gostar, se vou sentir a necessidade de mudança dentro de mim como sentia
nos anos anteriores. Depois do acampaki terminar chega o período de
verdadeira reflexão, em que voltamos a tomar contacto com a sociedade e a
perceber o que mudou em nós durante aquela semana que passamos algures
no meio da natureza.
No
meu caso, ao voltar a casa, volto à minha rotina normal onde tenho
acesso aos bens que não estavam comigo em Deão e, estranhamente, estando
tudo tão organizado, sinto algo diferente dentro de mim; uma vontade de
mudar, de fazer, de ser, de pensar de forma diferente. Para mim isto é
viver em acampaki, é parar a minha vida durante uma semana, ir para a
Quinta do menino Jesus de Praga com jovens carmelitas como eu e olhar
como um estranho a minha vida. Tudo o que fiz, o que não fiz, o que fiz
bem e o que fiz mal, e tomar decisões sobre o que tenho de mudar em mim
para que possa ser melhor não só para mim mas também para os outros.
Este
ano conheci gente nova: o Zé, o Carlos, a Paula e a Jéssica, e com eles
cresci mais um bocado. É disto que se trata o Acampaki e o Carmo jovem,
é estarmos juntos, rezarmos juntos, divertimo-nos juntos e no fim de
cada atividade estarmos mais próximos uns dos outros e do nosso grande
Amigo, sempre com Santa Teresa de Jesus (a quem temos dado especial
atenção) e São João da Cruz a encaminhar-nos até ele.
Toda
a gente faz um caminho durante a sua vida e eu escolhi orgulhosamente
fazer um carminho. Porquê? Perguntam vocês. Isso nem eu sei responder,
digo-vos apenas que levo o Carmo bem pertinho do meu coração e por isso
mesmo continuo com esta cruz ao pescoço que não tenho a mínima vontade
de tirar.
Não
sei como o meu carminho será no próximo ano, só sei que será muito
diferente daquele que fiz ate agora, também não sei se conseguirei
participar em tantas atividades do Carmo jovem como participava até
agora, mas sei que o Acampaki estará sempre na minha agenda e o Carmo
jovem no meu coração.
Assim me despeço, com saudações de quem leva o Carmo no coração para quem, certamente, também o leva no seu,
Maria Babo
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