terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Figuras do Advento

A Virgem Maria


 A visitação

Maria, mãe de Jesus, é a figura proeminente do Advento.
No anúncio do anjo Gabriel a Maria e na visita que esta fez a Isabel, sua prima, encontramos as primeiras manifestações de esperança perante a vinda do Messias. A oração «ave-maria» é composta pela saudação do Arcanjo Gabriel a Maria — «Salve, cheia de graça, o Senhor está contigo» —, e pela saudação de Isabel, mãe de João Baptista, à sua prima Maria, quando esta a visitou, estando ambas grávidas — «bendita és tu entre as mulheres e bendito o fruto do teu ventre». Neste encontro, de acordo com a narrativa dos evangelhos, acontece a primeira manifestação de Jesus. João, ainda no ventre da sua mãe, sentiu a presença do Messias e saltou de alegria. Isabel, sentindo a manifestação do seu filho, saúda Maria.

 
 Nossa Senhora do Parto, por Piero della Francesca

«Nossa Senhora do Ó» é uma representação e uma festa de Maria, a mãe de Jesus, que teve lugar em Toledo (Espanha), no momento em que se estipulou que a festa da Anunciação do anjo a Maria seria transferida para o dia 18 de Dezembro. Mais tarde foi determinado que esta festa se celebrasse no mesmo dia, mas com o título de Expectação do Parto da Beatíssima Virgem Maria. A designação «N. Sª. do Ó» está relacionada com o facto de, nas vésperas (oração da tarde), as antífonas iniciarem com a exclamação «Ó».
A «Senhora do Ó» representa, pois, a gravidez de Maria. O Padre António Vieira proferiu um sermão a «Nossa Senhora do Ó», pregado no terceiro Domingo do Advento. A concepção de Jesus no seio de Maria é o tema principal. António Vieira escreveu sobre o espanto que se sente perante a mulher que transportou dentro de si o Filho de Deus feito homem. Neste sermão, Vieira refere que Maria não era uma mulher igual às outras. Acrescenta ainda que no ventre de Maria se encontrou o temporal com o eterno, porque nele habitou o menino Jesus.

Os cristãos têm uma especial devoção a Maria, mãe de Jesus, desde os primeiros séculos do Cristianismo. O culto a Maria surge na liturgia, em representações iconográficas, na literatura, na escultura e na pintura.
As primeiras representações iconográficas de Maria encontram-se já nas catacumbas romanas, datando do século II.

As comunidades cristãs primitivas viram em Maria o exemplo a seguir e a representação da Igreja de Cristo. Esta devoção assume grande importância nas festas do calendário litúrgico, nos hinos e nas orações. Na liturgia, estabeleceu-se a devoção mariana dos primeiros sábados de cada mês, orações como a ave-maria, a devoção do Rosário, as ladainhas e a oração do Angelus.

  Pormenor de A Coroação da Virgem

A devoção a Maria inspirou a fundação de muitas ordens, congregações e confrarias religiosas consagradas a Nossa Senhora sob diversas invocações.
A Ordem da Virgem Maria do Monte Carmelo é uma das mais antigas ordens de culto mariano, associada ao profeta Elias do Antigo Testamento. Os primeiros eremitas habitavam o Monte Carmelo, na Palestina.

Monte Carmelo

 Virgem e o seu menino

Na doutrina da Igreja, existem três dogmas associados a Maria. O mais antigo é o dogma que afirma que Maria, a mãe de Jesus, é Mãe de Deus, «Theotokos», porque Jesus é Filho de Deus. Este dogma foi proclamado no Concílio de Éfeso, no ano 431. Esta é uma importante manifestação de fé da qual existem diversas referências, desde os primeiros tempos do Cristianismo, na arte, nas orações, na música e na literatura.
O dogma da Imaculada Conceição de Maria exprime a crença segundo a qual Maria nasceu livre de pecado para ser a mãe de Jesus, o Filho de Deus. Este dogma foi definido pelo Papa Pio IX, no dia 8 de Dezembro de 1854.

Assunção da Virgem

No dogma da Assunção de Maria, a Igreja afirma que, depois da sua morte, Maria foi levada para o céu em corpo e alma (Assunção). Este dogma foi proclamado pelo Papa Pio XII, a 1 de Novembro de 1950.
Maria é venerada não apenas pela Igreja Católica, mas também pela Igreja Ortodoxa e pela Igreja Anglicana.
Virgem Maria

A devoção mariana ocupou um espaço muito importante na fé e na religiosidade da população em Portugal, desde a origem da nacionalidade.Esta devoção manifestou-se através das diferentes invocações marianas,
nos topónimos, nas hierofonias e na antroponímia. Sob a invocação de Maria, foram fundados vários hospitais, orfanatos, casas de recolhimento de doentes e idosos.

Imaculada Conceição

Após 1645-46, D. João IV decidiu, nas cortes de Lisboa, que Nossa Senhora da Imaculada Conceição seria Padroeira do Reino de Portugal. Assim, o rei decretou que todas as vilas e cidades deveriam exibir, à
entrada das povoações, o padrão da sua consagração à Imaculada Conceição. A decisão procurava o apoio da Santa Sé para a causa da independência de Portugal, tendo o Papa Clemente X confirmado a escolha, em Maio de 1671. Foram igualmente construídas grandes catedrais, igrejas e capelas dedicadas a Nossa Senhora.









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