sexta-feira, 31 de maio de 2013


É já amanhã!
Um dia super mega especial!

Um encontro de amigos com o Amigo
e uma Amiga muito especial,
que nos ensina a olhar Jesus com outros olhos
e de outra maneira porque afinal
Ele só quer a nossa amizade.

III Carmicoque

porque Levamos o Carmo Jovem no coração!



quinta-feira, 30 de maio de 2013


III Carmicoque

1 de Junho

Convento do Carmo em Viana

Vamos receber uma carta muitoooooo especial
da nossa amiga Santa Teresa!



Viver na presença de Deus

Enquanto continuarmos a acreditar que a oração na igreja é melhor do que a oração na rua, ou no autocarro ou na praia ou no emprego, ainda não compreendemos a omnipresença de Deus. Ainda temos de nos aperceber que Deus está connosco, onde quer que estejamos, e o que quer que façamos.
Ao pautarem cada dia por uma série de orações no coro, os monges vivem numa atmosfera concebida para cultivar uma consciência contínua da presença de Deus. Antigamente, quando havia relógios de pêndulo em todas as salas, uma simples frase, dita enquanto o relógio marcava a hora, fazia-nos lembrar a oração.
A oração, feita regular e repetitivamente, é uma ponte para o despertar da consciência. A oração da manhã e da tarde, a oração antes e depois das refeições, a oração ao começarmos uma viagem, as orações pessoais no início de cada grande tarefa, tudo isso nos faz lembrar o que nos mantém vivos.
Mas, sejam quais forem os artifícios que nos levem ao reconhecimento formal do lugar de Deus nas nossas vidas – uma cruz na lapela, uma estátua em cima de uma renda, uma imagem na parede, um terço pendurado no carro ou rezado a caminho do emprego –, tudo nos mostra que a consciência é, na verdade, o fundamento da piedade.
De outro modo, podemos dizer as nossas orações em condições normais e habituais e, ainda assim, ignorar o seu significado. Podemos fazer da própria oração um deus, em vez de fazer de Deus o fundamento das nossas vidas.
O segredo é colocarmo-nos, simplesmente, uma pequena questão, em cada momento de pausa: qual é o propósito da minha vida? Quando chegamos ao ponto em que a resposta a essa pergunta é sempre e em todo o lado: «É a minha vida em Deus», então, já lá chegámos!


Joan Chittister
In O sopro da vida interior, ed. Paulinas
29.05.13





quarta-feira, 29 de maio de 2013

Igreja e jovens: que diálogo?

É arriscado, em poucas linhas, fazer um retrato da juventude. Com facilidade se cai em frases feitas, em preconceitos que distorcem a realidade. E que impedem uma ação eclesial significativa.

Quantas juventudes?
Uma ideia óbvia é que a juventude… existe. Há uma faixa da nossa população que já não está na infância e que ainda não se assume como adulta. Tem vindo a perder peso no total da população portuguesa, devido à diminuição da natalidade. Mas esta “condição juvenil”, que antes era uma fase de transição para a idade adulta, tende a tornar-se um estilo de vida, um estado permanente. Muitos “adultos” no vestuário, na forma de pensar, na relação com os compromissos, querem sentir-se como jovens eternos.
Falar de jovens como uma entidade única não faz muito sentido. Se é verdade que o facto de ter entre 15 e 25 anos (para apontar uns limites muito ténues) define algo, também é verdade que a vida real destes jovens é determinada por muitos outros fatores que não apenas a idade. O género, o nível social e cultural das famílias onde cresceram, a situação económica da zona onde vivem, são decisivos para entender a sua identidade de jovens.
Para lá dos aspetos psicológicos (muito ligados ao fator idade) económicos e sociais, a possível chave para entender o mundo juvenil esteja na “cultura”. Cultura no sentido dos modos de pensar, das tendências que configuram a ação e não no sentido de “erudição”.

Complexidade
Uma marca distintiva das sociedades desenvolvidas e pós-industriais é a complexidade social. Todos nós, e os jovens também, vivemos numa sociedade onde nada é simples, onde tudo é complexo, fruto de múltiplos e contraditórios interesses e forças. Onde tudo poderia ser configurado de forma diferente.
Os jovens de hoje nasceram e cresceram numa sociedade onde não há centros claros. Na nossa sociedade há muitos centros de poder e de legitimidade. E cada um deles gera as suas “regras” e as suas legitimidades. As regras de jogo são umas quando estamos on-line, outras quando estamos num estádio a aplaudir a nossa equipa (ou a insultar o adversário e o árbitro), outras ainda quando estamos na escola. Pode-se cultivar uma sensibilidade ambientalista, dizer palavras bem sonantes sobre o desenvolvimento sustentado durante a semana e passar o fim-de-semana no centro comercial numa orgia de consumo. Pode-se passar a noite de 4ª feira na oração de Taizé com a pastoral universitária e a noite de 5ª a “abanar o capacete” alimentado a ecstasy.
Como não há um centro único que dê legitimidade aos valores e às práticas, é muito difícil a hierarquização de valores, necessidades e oportunidades. E esta complexidade desarticulada não é somente uma situação de facto: torna-se ideologia. A possibilidade de encontrar um centro existencial sólido aparece, para uma boa parte da cultura, como algo negativo e perigoso.

Pontes
Na Igreja, é comum os mais sensíveis à pastoral juvenil perguntarem-se: “O que pedem os jovens à Igreja?” É uma pergunta sem grande sentido. A esmagadora maioria dos jovens nada pede à Igreja. Cresceram num mundo onde tudo é comprado e onde o mérito das propostas de felicidade se mede pela rapidez e pelo baixo custo.
Alguns sectores eclesiais respondem a este estado de coisas tentando “jogar” segundo as regras da cultura dominante, sem coragem de pôr em causa este modelo consumista e relativista. E fazem uma pastoral juvenil que é mais uma mercadoria de consumo: consumo de socialização (grupos de jovens sem rumo que se resumem a ser umas meras sociedades recreativas), consumo de eventos, consumo de emoções e estética (ainda que mascarada de oração). É uma forma de fazer pastoral juvenil que, em nome duma mal-entendida inculturação, reduz o Evangelho a um produto descafeinado, que não tem coragem de falar das exigências do Evangelho (a nível sexual, económico ou político). É uma caricatura de pastoral juvenil com “tiques de seita”. Onde custa sempre muito a comunhão eclesial (com a paróquia, com as estruturas diocesanas de coordenação). Onde se gasta o melhor das energias virados “para dentro”; onde não há abertura à missão, ao mundo da vida.

Sementes de um futuro já presente
Mas há já presentes nas nossas comunidades eclesiais alternativas de pastoral juvenil bem mais consistentes. Vai estando claro que a pastoral juvenil tem de ser profundamente diversificada (porque diversa é a realidade dos jovens). É inútil procurar um modelo standard de pastoral juvenil. Na boa tradição da Igreja, o Evangelho torna-se realidade ao encontrar os jovens onde eles estão. E sendo o mundo dos jovens tão fragmentado, a ação da Igreja com os jovens (a pastoral juvenil) assume uma miríade de configurações e propostas. (...)
Outra das grandes intuições para a pastoral juvenil é profundamente contra-cultural: numa cultura consumista, o Evangelho faz-se amor gratuito. A pastoral juvenil que vai tendo sucesso consistente é aquela em que a Igreja se aproxima dos jovens oferecendo o melhor que tem (o evangelho de Jesus Cristo na sua pureza original) sem nada esperar em troca. Sem instrumentalizar os jovens. Sem os usar como mão-de-obra barata para eventos eclesiais.
A pastoral juvenil está também a tornar-se amor educativo. Olhamos para cada jovem e vemo-lo com o olhar de Cristo. Vemos, ainda que em potência, tudo o que ele tem para dar. E oferecemo-nos para caminhar ao seu lado, descobrindo a graça libertadora que vem de Cristo Ressuscitado.

P. Rui Alberto, sdb
In Agência Ecclesia

Recordando II Carmicoque