Enquanto continuarmos a acreditar que a oração na igreja é melhor do que a oração na rua, ou no autocarro ou na praia ou no emprego, ainda não compreendemos a omnipresença de Deus. Ainda temos de nos aperceber que Deus está connosco, onde quer que estejamos, e o que quer que façamos.
Ao pautarem cada dia por uma série de orações no coro, os monges vivem numa atmosfera concebida para cultivar uma consciência contínua da presença de Deus. Antigamente, quando havia relógios de pêndulo em todas as salas, uma simples frase, dita enquanto o relógio marcava a hora, fazia-nos lembrar a oração.
A oração, feita regular e repetitivamente, é uma ponte para o despertar da consciência. A oração da manhã e da tarde, a oração antes e depois das refeições, a oração ao começarmos uma viagem, as orações pessoais no início de cada grande tarefa, tudo isso nos faz lembrar o que nos mantém vivos.
Mas, sejam quais forem os artifícios que nos levem ao reconhecimento formal do lugar de Deus nas nossas vidas – uma cruz na lapela, uma estátua em cima de uma renda, uma imagem na parede, um terço pendurado no carro ou rezado a caminho do emprego –, tudo nos mostra que a consciência é, na verdade, o fundamento da piedade.
De outro modo, podemos dizer as nossas orações em condições normais e habituais e, ainda assim, ignorar o seu significado. Podemos fazer da própria oração um deus, em vez de fazer de Deus o fundamento das nossas vidas.
O segredo é colocarmo-nos, simplesmente, uma pequena questão, em cada momento de pausa: qual é o propósito da minha vida? Quando chegamos ao ponto em que a resposta a essa pergunta é sempre e em todo o lado: «É a minha vida em Deus», então, já lá chegámos!
Joan Chittister
In O sopro da vida interior, ed. Paulinas
29.05.13
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